Canindé. Trabalhadores rurais ocuparam, na manhã de
ontem, o pátio da Prefeitura deste Município em busca de uma solução
contra os prejuízos causados pela seca no Estado. Esperam apoio por
parte dos Governos Federal, do Estado e Município.Os trabalhadores
reivindicaram ao prefeito de Canindé, Cláudio Pessoa, o decreto do
estado de emergência no Município, liberação de 10 mil cestas básicas,
pagamento de todas as parcelas do Garantia Safra, ampliação do serviço
de carro-pipa e criação de um fundo emergencial para assistência aos
agricultores.
Também reivindicam a liberação de recursos para as
Secretarias de Agricultura, Infra-Estrutura, como forma de garantir a
mão de obra dos trabalhadores, limpeza nas paredes dos açudes,
recuperação das estradas, três lonas de 8x100metros e um reservatório de
água para o acampamento do Xinuaquê, entre outros pontos. Cláudio
Pessoa passou todo o dia de ontem em seu gabinete reunido com as
lideranças do movimento e, de imediato, autorizou a liberação de
alimentos e água para os trabalhadores acampados.
"Sempre estive
do lado dos agricultores. Como gestor, espero atender, dentro de nossas
possibilidades, os pedidos dos rurícolas. A luta não é só dos
agricultores. A luta é nossa. Irei com vocês para onde for necessário´´,
garantiu o prefeito.
Quanto ao decreto de emergência, Cláudio
Pessoa anunciou que irá mandar fazer um levantamento para saber a real
situação das áreas plantadas no Município. "Em relação ao Garantia
Safra, já pagamos a primeira parcela no valor de R$ 21.073,20, no último
dia 26 de março´´, frisou. "Vamos pagar dentro do prazo todas as
parcelas da adesão´´.
Segundo o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Canindé, José Thomé da Cruz Almeida, a perda de
milho chega a 90% e o feijão a 70%. "A coisa é pior do que imaginávamos,
Não tem nada no campo. Muita gente já encontra dificuldades para
encontrar o que comer e beber´´, declarou. Já Josenildo Miguel, do
Movimento dos Sem-Terra (MST), disse que todo o cultivo está perdido. "A
fome e a sede já imperam no Sertão´´, salientou.
O agricultor
Antônio de Sousa, da comunidade de Minador, lembrou que plantou dois
hectares de milho e feijão. "O que nasceu, a lagarta comeu e o resto o
sol se encarregou de matar". A Defesa Civil do Estado também participou
da reunião. Ficou decidido que um relatório será entregue ao prefeito
para ser analisado. "Vamos dar nossa parcela de contribuição nesse
momento para ajudarmos aos agricultores e as autoridades de Canindé´´,
garantiu Sávio Pimentel, coordenador da Defesa Civil no Sertão Central.
Quanto
às cestas básicas, a Defesa Civil irá fazer um levantamento de toda a
demanda, para ver até onde o órgão pode ajudar a minimizar a situação. A
ampliação de carros-pipas também será avaliada pelas autoridades. Para
decretar situação de emergência, é necessário atender a todas as
exigências da Defesa Civil Nacional. Foram distribuídos no Município
13.600 quilos de feijão, 17.200 quilos de milho e mil quilos de sorgo.
Até o fechamento dessa edição, a reunião ainda não havia sido concluída.
Foram mais de cinco horas de debate.
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