Pedaços dos corpos das mulheres assassinadas por membros de uma seita
em Garanhuns (234 km de Recife) eram utilizados para rechear salgados
vendidos por uma das suspeitas, diz a Polícia Civil.
De acordo com o comissário da Delegacia de Garanhuns, Demócrito de
Oliveira, a comerciante ambulante Isabel Cristina Oliveira da Silva, 51,
confessou em seu depoimento que fazia e vendia pastéis e empadas nas
ruas da cidade com se fossem salgados de carne bovina.
Isabel é casada com Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, 51. O casal
vivia com a amante dele, Bruna Cristina Oliveira da Silva, 25. Os três
são suspeitos de matar, esquartejar e comer pedaços dos corpos de pelo
menos três mulheres nas cidades de Olinda e Garanhuns.
Uma menina de 5 anos morava com eles. A polícia diz que ela é filha
de Jéssica, morta por eles em 2008, em Olinda, quando tinha 17 anos. A
morte de Jéssica é contada em detalhes no livro "Revelações de um
esquizofrênico", escrito por Jorge em 2009 e registrado em cartório em
28 de março deste ano.
No livro, a amante de Jorge, Bruna, aparece com o nome de Jéssica,
porque usava a identidade da vítima. "Ao olhar para o corpo já sem vida
da adolescente do mal, sinto um alívio. Pego uma lâmina e começo a
retirar toda a sua pele, e logo depois a divido. Eu, Bel e Jéssica nos
alimentamos com a carne do mal, como se fosse um ritual de purificação, e
o resto eu enterro no nosso quintal", diz um trecho.
Segundo a polícia, eles disseram agir por orientação de uma voz que
indicava mulheres "que não prestavam" e que estariam "superpovoando a
Terra". Todas as vítimas tinham filhos.
Na quarta-feira, a Polícia Civil prendeu os três suspeitos e
encontrou os corpos de Alexandra Falcão, 20, e Gisele Helena da Silva,
31. Elas estavam desaparecidas desde o início do ano. A menina está sob
os cuidados do Conselho Tutelar de Garanhuns. A polícia acredita que
outras cinco mulheres podem ter sido assassinadas pelo trio.
Do Diário do Nordeste e foto Record
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