domingo, 18 de março de 2012

Charme e beleza no Concurso Miss Penitenciária Ceará 2012

Mesmo atrás dos muros de um presídio é possível encontrar beleza e momentos de alegria. Exemplo disso foi a realização do Miss Penitencia Ceará 2012 durante a IV Semana dos Direitos da Mulher Encarcerada.  

Ao todo, 13 detentas do Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa (IPF) participaram da primeira edição do concurso.

O corpo de jurados foi composto por diversas autoridades, como promotores, defensores públicos e líderes religiosos, além de Vanessa Vidal, Miss Ceará 2008, que entregou a faixa para a vencedora, a baiana Priscila Viana, de 20 anos.

Ao som de “La isla bonita”, as candidatas desfilaram de vestido e roupa de banho, enquanto os jurados avaliavam quesitos, como beleza, elegância e simpatia. Além das candidatas à miss, o evento contou com apresentações artísticas de outras detentas. “A arte tem o poder de revitalizar os corações”, disse a detenta Cynthia Corvello, que foi mestre-de-cerimônia do concurso. Cynthia foi autorizada no último mês a frequentar as aulas do curso de História da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Segundo Ana Lupe, diretora do IPF, esse foi o primeiro concurso de beleza dessa proporção realizado no presídio. Ela conta que antes existia apenas o concurso Garota Auri Beleza. “Em todos os estados já tinha o concurso de Miss Penitenciária. Então, este ano quisemos realizar uma coisa diferente”, diz Lupe. Para ela, essas ações incentivam a ressocialização e o resgaste da autoestima. “Faz uma transformação no comportamento”, afirma.

A Miss Penitenciária 2012, Priscila Viana, conta que sua participação no concurso foi de última hora. Enquanto as outras candidatas já estavam se preparando há dias, Priscila não aceitou de imediato participar por timidez. Segundo a mais nova miss, foram as professoras da escolinha do presídio que insistiram para que ela não perdesse essa oportunidade. Além disso, Priscila diz que enfrentou alguns percalços para conseguir a faixa. “Como não tenho família aqui e não trabalho, foi tudo de improviso. O cabelo, foi eu mesma que fiz. Foi sorte a roupa caber em mim”, revela.

Antes do concurso, as candidatas foram aguardadas com ansiedade pela plateia formada por 350 detentas, das 443 que compõem o contingente do presídio. Muitas candidatas contavam com torcida organizada. Uma das mais ovacionadas ao entrar na passarela foi a portuguesa Mafalda Correia, de 23 anos, três deles passados como interna do IPF.

“Como estou aqui há muito tempo, muita gente me conhece”, diz a portuguesa, tentando explicar sua popularidade entre as colegas. Para ela, esses momentos servem para esquecer o cotidiano prisional e valorizar a autoestima das candidatas.

Entre as representantes locais está Jéssica Lima, de 19 anos. No caso de Jéssica, o incentivo veio de suas parceiras de cela. “Elas disseram que eu tinha postura e corpo para participar”, conta.

Confira galeria com as candidatas do concurso

Quanto ao figurino, ela explica que se inspirou na cultura indiana, pois, segundo a detenta, combina com o tom negro de sua pele. Recém-chegada ao IPF, Jéssica explica que a iniciativa serve para reafirmar a feminilidade das detentas.

“O concurso serve para demonstrar que, por mais que nós estejamos presas, ainda somos mulheres”, afirma a cearense.
Como em qualquer outro concurso de beleza, nervosismo e ansiedade foram ingredientes que não faltaram durante a realização do Miss Penitenciária. Ainda mais quando se é a última a desfilar, como no caso da potiguar Alaisiane Alves, de 19 anos, que estava com “os nervos a mil por hora”.


Apesar do nervosismo, ela diz que tentou dar o seu melhor para se sair bem no concurso. Ela conta que recebeu muito incentivo das colegas de ala, que fizeram coro quando a candidata entrou na passarela. Para além de concursos de beleza, Alaisiane revela que sonha mesmo é em ser advogada.

ENTENDA A NOTÍCIA

O Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa realizou o concurso Miss Penitenciária Ceará. Ao todo, 13 detentas concorreram ao título. A vencedora foi a baiana Priscila Viana

Via O Povo

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