“Será um movimento pacífico e ordeiro, mas, se aprovado, vamos manter
apenas 30% do efetivo em atividade nas delegacias, institutos de
Criminalística e institutos médicos-legais, considerados essenciais”,
adiantou o presidente da Cobrapol, Jânio Bosco Gandra.
- Existem estados em que a negociação com o governo estadual está em
curso e que podem decidir não aderir [ao movimento nacional]. Nos
outros, esperamos que, até abril, os governos federal e estaduais
estabeleçam canais de negociação.
Já o vice-presidente da Federação Interestadual dos Policiais Civis das
Regiões Centro-Oeste e Norte (Feipol), Ernani Lucena, acredita que
metade das unidades da Federação não irá aderir ao movimento.
- Muitos porque já estão encaminhando as negociações, outros porque não acreditam que a greve seja o caminho.
E adiantou que Distrito Federal, Goiás, Tocantins e Mato Grosso sequer devem convocar assembleias.
O movimento, no entanto, já ganha corpo. Os policiais civis do Paraná
decidiram fazer operação-padrão a partir desta última quinta-feira (16).
Os de Alagoas devem decidir ainda esta semana se adotarão a mesma
estratégia como forma de pressionar o governo estadual para que a
reivindicação por melhores salários seja aceita.
“Por mais que as manifestações sejam organizadas localmente, refletem
uma insatisfação que é nacional. É um fenômeno social, uma espécie de
revolução que tem que ser estudada pois, para mim, indica que chegou o
momento de fazermos uma reflexão profunda sobre a segurança pública
nacional”, comentou Gandra.
Entre as principais reivindicações dos policiais civis, apontadas pela
Cobrapol, estão a criação de um piso nacional e a aprovação da Lei
Orgânica da Polícia Civil, que estabelece um plano de cargos unificado
nacionalmente. "Uma lei nacional tem que dizer qual é a missão da
Polícia Civil. Quais suas atribuições. É necessário modernizar o
inquérito policial. Tudo isso passa pela necessária padronização das
rotinas", disse ele.
Sobre a regulamentação do direito de greve dos policiais civis, Gandra
disse que todos são funcionários públicos, de natureza civil e, por
isso, estão sujeitos "à mesma legislação que regulamenta a greve no
setor privado”.
Fonte: Cnews
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